O presidente Donald Trump assinou uma ordem de expulsão de 60 funcionários e diplomatas russos, nesta 2ª feira, 26.03, em retaliação ao envenenamento de um ex-expião russo na Inglaterra.
Os oficiais expulsos estavam à serviço da Rússia em Nova York e na capital Washington. A ordem também determina o fechamento de um consulado russo, na cidade de Seattle, estado de Washington, no noroeste do país.
A missão russa na sede das ONU em Nova York teve 12 diplomatas expulsos, e 48 representantes diplomáticos da embaixada russa em Washington fazem parte da lista de expulsões.
O governo norte-americano justificou que os nomes constantes na lista são de pessoas que trabalham a serviço de operações secretas de inteligência da Rússia, que "minam a segurança nacional dos Estados Unidos".
Funcionários da secretaria de Estado norte-americana, ouvidos por veículos locais, como Washington Post e CNN, afirmaram que o consulado em Seattle teria recebido a ordem de fechamento porque o governo Trump acredita que o local funcionava como um "centro de inteligência russo".
Diplomatas entrevistados em anonimato afirmaram que as expulsões são uma resposta "adequada" do governo norte-americano ao envenenamento do ex-espião, Sergei Skripal, e de sua filha Yulia.
Os EUA seguiram o mesmo padrão de alguns países europeus que já haviam ordenado expulsões do corpo diplomático por causa do incidente na Grã-Bretanha.
A expulsão dos 60 diplomatas é a maior desde 1986, quando o então presidente republicano Ronald Reagan expulsou 55 diplomatas da Rússia.
Antes de terminar o mandato, o ex-presidente Barack Obama havia expulsado 35 funcionários da Rússia, após acusar o governo russo de interferência nas eleições norte-americanas, para prejudicar a campanha democrata de Hillary Clinton.
As denúncias de interferência russa que teriam favorecido Donald Trump ainda não foram esclarecidas.
UE também expulsa diplomatas russos
Diplomatas da Rússia serão expulsos de 14 países da UE União Europeia, em represália contra o envenenamento de um ex-espião russo e sua filha em Salisbury, no Reino Unido, anunciou nesta 2ª feira, 26.03, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
"Hoje, 14 Estados-membros decidiram expulsar diplomatas russos como consequência direta das discussões do Conselho na semana passada sobre o ataque em Salisbury. Não estão excluídas medidas adicionais, entre elas mais expulsões, nos próximos dias e semanas",
escreveu Tusk no Twitter.
Expulsões
Como consequência direta da medida, a Itália anunciou a expulsão de 2 diplomatas russos, informou o Ministério italiano de Relações Exteriores.
A Polônia expulsará 4 diplomatas russos, segundo anunciou hoje o ministro polaco de Relações Exteriore.
A República Tcheca anunciou a expulsão de 3 diplomatas russos e de suas famílias e a Dinamarca avisou que expulsará 2 diplomatas russos, que terão uma semana para deixar o país.
A Ucrânia expulsará 13 diplomatas russos em solidariedade com o Reino Unido pelo caso do envenenamento em solo britânico do ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha, anunciou nesta 2ª feira o presidente ucraniano, Petro Poroshenko.